Bienal traz o melhor da arte contemporânea à cidade
A “AnoZero – Bienal de Coimbra” regressa à cidade, entre este sábado (02) e 29 de Dezembro, com o tema “A Terceira Margem”, baseado no conto do escritor brasileiro João Guimarães Rosa.
A arte contemporânea volta a invadir Coimbra, quer em edifícios emblemáticos como o caso do Convento de Santa Clara-a-Nova ou a Universidade de Coimbra, mas também em espaço público, como o Jardim da Manga.
É, aliás, este o local que a terceira edição da Bienal escolheu para, nesta edição, voltar a renovar e requalificar “um espaço esquecido e menos dignificado” da cidade.
As obras de arte, dos mais variados estilos e géneros, são da autoria de 39 artistas, nacionais e estrangeiros (21 países representados), que participam nesta iniciativa cultural, já enraizada na cidade e que, mais do que nunca, pretende “envolver a cidade, os estudantes e os turistas”.
Nesta edição é, também, dado espaço à jovens artistas, bem como a figuras mais consagradas como o caso da americana Susan Hiller, o cineasta e artista plástico britânico Steve McQueen e a egípcio-canadiana Anna Boghiguian.
O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova continua a ser um dos espaços expositivos centrais, mas as obras passarão, também, pelo Colégio das Artes, o Museu da Ciência, Sala da Cidade de Coimbra ou as Galerias Avenida, entre outros espaços.
No Mosteiro, situado na margem esquerda do rio Mondego, a equipa curatorial procurou induzir um circuito, onde as obras ocupam salas, antigo refeitório, corredores centrais e anexos.
Em Coimbra, o curador desta edição, Agnaldo Farias encontrou uma cidade voltada para a ciência e para o
conhecimento, que se pode afirmar “como um dos lugares privilegiados da arte, especialmente da arte contemporânea”.
O também professor da Universidade de São Paulo e curador-geral do Museu Oscar Niemeyer referiu que quis desde o início uma paridade de género, porque as mulheres “continuam a sofrer discriminações em todos os quadrantes” e, também, um equilíbrio entre jovens artistas e nomes consagrados, por não ter “graça nenhuma colocar apenas
artistas que já estão ou irão para museus”, acrescentou.
Considerando que “a arte é sempre política”, o Anozero assume-se como um agente provocador, um espaço onde, seguramente, “vários trabalhos incomodarão, outros não serão compreendidos e ainda outros trabalhos deixarão irritados os visitantes”.
Nesse sentido, a bienal “remexe e revolve”, porque “é fundamental irritar”, especialmente “num mundo profundamente narcisista, em que as pessoas só gostam daquilo [de] que já gostam e só vão atrás de coisas que já as reiteram”.
A bienal pode ser visitada até 29 de Dezembro, contando ainda com exposições temporárias, oficinas, leituras, debates, visitas guiadas e outros.
fonte: Campeão
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